domingo, 17 de maio de 2015

Sobrenome


Meu sobrenome
Minha sina
Ele me arrasta
Me sufoca
Me cala
Quase me mata
Me mata de dor
Me mata de amor

Família falida
Falida de afeto
Irmãos separados 
Tudo corrompido
Tudo destruído

A morte da mãe
Infâncias interrompidas
Segredos contados
Quando deveriam ser preservados
Meia irmã só de sangue, porque pra mim ela é irmã inteira

Meu pai que deveria ser meu maior protetor
Foi meu maior pesadelo

Ver meu irmão ser maltratado, humilhado
Uma criança adorável
Lindo como um anjo
De todos o mais carinhoso

Ver a irmã caçula ainda bebê partir
Não se despedir, perder o contato
Como se ela nunca tivesse existido

Uma dor indescritível
Ora dor da desilusão
Ora dor da saudade

O passado não pode ser apagado, nem enterrado
Em dias difíceis ele vira ferida aberta
Que fica guardada
Quase trancada

Gabriela Devaneios

Nenhum comentário:

Postar um comentário